Do mesmo modo que todos os anos acordamos para a repetição dos incêndios e ficamos muito consternados por nada se ter feito desde o Verão anterior, um dia destes vamos acordar para outra triste realidade e verificaremos que nada se fez.
Refiro-me à ausência de uma política nacional de energia.
De facto não existe, nunca existiu.
Desde 1974 apenas Carlos Pimenta e José Socrates tiveram a percepção da gravidade da situação e tentaram dar alguns passos nesse sentido.
Mas, mesmo isso, é muito pouco. Não passa de um conjunto de actuações correctas, mas pontuais.
Uma política de energia, verdadeiramente digna desse nome, não existe.
As consequências já se fazem sentir, mais flagrantemente, ao nível da poluição.
Mas irão agravar-se.
E Portugal continua à mercê das oscilações do preço internacional do petróleo, nada fazendo para diminuir essa dependência.
Os incentivos à utilização de energias alternativas são nulos ou meramente simbólicos.
A água, como recurso tendencialmente escasso, vai sendo transferida para a iniciativa privada, ligada a grandes multinacionais, com os resultados que se têm visto um pouco por todo o lado, esquecendo-se o seu valor social.
http://www.guardian.co.uk/worldsummit2002/earth/story/0,12342,777661,00.htmlhttp://www.rnw.nl/hotspots/html/wat030316.htmlE, quando um dia colectivamente acordarmos para a questão, talvez já seja demasiado tarde, talvez alguns problemas já não tenham solução.
Entretanto, os políticos e e responsáveis da administração pública ligados a este sector, vão ganhando os seus ordenados pagos por nós, sem se preocuparem em cumprir.
A uns e outros, aqui fica a minha recomendação:TRABALHEM, que é para isso que vos pagamos.